ENSAIO
(DONA IVONE LARA E A BELEZA ETERNA DAS ARTES)
Por: Claudio Fernando Ramos – Natal-RN, 19/01/2013. Cacau “:¬)
Toda aste é criação humana, nada tendo a ver com as classes. Cacau ":¬) |
O samba está para Dona Ivone na mesma proporção em Dona Ivone está para o samba. Cacau ":¬) |
A consequência direta desse estado de coisa, em nada fica a dever aos outros sistemas sociais à que estamos tão acostumados a ver e ouvir: na Amazônia (para o lucro de poucos, florestas devastadas para todos), nos grades latifúndios (em nome de colheitas maiores: terras estéreis, lençóis contaminados e rios “mortos”, pelo intensivo uso dos agrotóxicos), nas grandes cidades (juventude consumista, viciada e com o futuro educacional comprometido, em busca de uma liberdade que não têm como administrar)... Como na história de João e Maria, estamos sendo cevados para o abate (“Admirável Gado Novo”), mas enquanto isso não acontece – fazemos tudo o que nos mandam: levantem as mãozinhas e deem aquela reboladinha, mas só serve se for até o chão, chão, chão, chão...
Não se pode negar que o que é arte, é quase sempre determinado pelas classes mais abastadas; porém, há arte, artistas e os que disso gostam, no ceio das classes menos favorecidas. O problema reside nos ouvidos, nas mentes e nos olhos que não foram educados para apreender. A arte enquanto essência não é propriedade e ninguém; suas representações, talvez. A arte e o autentico artista, possuem um mundo paralelo! Um lugar sem igual. Nesse universo ideal, só a essência das coisas fazem morada! Lá, tudo é idêntico a si mesmo! O belo, assim como as outras coisas que lá existem, não se corrompem, não têm falta de coisa alguma. É desse universo que surgem às composições de Dona Ivone Lara. Mesmo as almas não residentes, aqueles só visitam esse espaço idílico algumas vezes na vida, se tomarem os cuidados necessários com as águas do Rio do Esquecimento, certamente se deliciarão com as belas e atemporais composições da primeira e única dama do samba brasileiro: Dona Ivone Lara. Cacau “:¬)
"Ela é a síntese do samba. Tem o ritmo dos tambores do jongo e a riqueza melódica e harmônica do choro. Em seu canto intuitivo está um pouco da África e do negro americano”. Túlio Feliciano, diretor do show realizado por D. Ivone Lara no Canecão, em depoimento ao jornal O Globo.
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