Por: Claudio Fernando Ramos, 07/04/2013. Cacau “:¬)
Os últimos acontecimentos envolvendo a vulnerabilidade
e a violência no setor de transporte alternativo em minha cidade natal, levou a
Embaixada da França no Brasil, a recomendar aos franceses de férias ou
residente, a evitarem andarem nas vans da cidade do Rio de Janeiro.
Aproveitando a ênfase dada a esse determinado segmento do transporte carioca,
eu que vivo, não em minha cidade natal, mas na cidade do Natal, quero fazer uma
advertência semelhante (guardada as devidas proporções é claro) aos moradores e
visitantes dessa singular cidade: tomem cuidado com as vans do samba!
Em Natal, a maioria das bandas tem samba no nome, fazem
suas propagandas para os shows falando sobre samba; mas, que fique bem claro,
não tocam samba.
Os argumentos utilizados para essa famigerada falta de
identidade são os mesmos de sempre: o povo pede; não há público para samba;
muitos sambistas do Rio também tocam de tudo; se não fizermos assim não haverá
contratos, etc., etc., etc. Eu quase chego a pensar da seguinte forma: a banda
(van) é boa, que não presta é o povo (passageiro).
Eu, cada vez mais desprezado por eles (muitos são os se
queixam, poucos os que se manifestam), sei que o motivo principal é outro:
mulher. É quase insuportável para esses “sambistas de ocasião” ver as jovens
mulheres com suas roupas curtas, olhares de “ressaca”, e disponibilidade sem
limites (fomentada por carências sem fim), fazerem seus pedidos musicais (todos
midiáticos) e não serem atendidas. Enquanto os amantes da boa música sempre
gritam: toca Raul aí! Os amantes das músicas frívolas gritam: toca Pimpolho aí!
A minha grande
questão com os “falsos sambistas” da cidade do Natal, diferentemente do que
muitos pensam, não é para que parem de tocar de tudo, quem sou eu para
determinar a grade musical dessa ou daquela banda; mas, sim, que assumam que
tocam de tudo, ou seja, não façam propaganda enganosa. Se assim procederem
estarão dando aos que pagam ingresso o direito de saber com antecedência o que
vão ou não ouvir. Se tocassem só o pagode, ao menos seria suportável.
No Rio de Janeiro, a prefeitura, por conta dos eventos
ocorridos, passou a fazer o seu dever de casa, ou seja, fiscalizar, multar e
retirar de circulação as falsas vans. Pena que em Natal não haja possibilidade
disso acontecer com as “vans do samba”. Assim sendo, vamos continuar pagando
por lebre, comendo gato e, o que é pior, tendo que agradecer por isso; já que
por aqui, a pior das criaturas é sempre aquela que tem o caráter de olhar para
o outro e dizer o que pensa! Para muitos, o melhor é sempre falar pelas costas!
Cacau “:¬)
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